A indústria de design e criação tem sido dominada por um nome incontestável por décadas, mas as fusões e aquisições nesse setor parecem estar rompendo os padrões, afinal, será que não estaríamos ingressando no fim do império Adobe.
Com uma suíte abrangente que inclui pesos pesados como Photoshop, InDesign, Illustrator, e After Effects, a Adobe criou um ecossistema quase indispensável para profissionais de design, vídeo e fotografia.
No entanto, o cenário tecnológico está em constante evolução, e mesmo os gigantes podem encontrar-se em posições adversas. Recentemente, uma operação de M&A sacudiu o mercado: o Canva, uma plataforma de design gráfico que tem ganhado popularidade por sua acessibilidade e facilidade de uso, adquiriu a Affinity, conhecida por suas poderosas alternativas a produtos Adobe.
A nossa reflexão sobre o mercado dos softwares de design e comunicação é composta por quatro partes:
Novos players na pista
A aquisição da Affinity pelo Canva simboliza mais do que uma mera transação corporativa, porque esse episódio representa um ponto de inflexão significativo na indústria de design.
A Affinity, com suas ofertas de pagamento único e vitalício em contraste com o modelo de assinatura da Adobe, já havia estabelecido uma base de usuários fiel entre aqueles que buscam alternativas viáveis e acessíveis.
Com o Canva trazendo a Affinity para seu portfólio, o potencial para uma suíte integrada de design que pode competir diretamente com a Adobe torna-se mais palpável.
E para adicionar mais caroço nesse angu, a Adobe e o Figma desistiram da fusão ao fim de 2023, o que era um passo extremamente importante para a Adobe, uma vez que o Figma se consolidou como uma plataforma de design colaborativo que revolucionou a forma como equipes de design interagem e trabalham juntas,
A estratégia da Adobe
A Adobe, contudo, não é estranha à concorrência nem à inovação. Ao longo dos anos, a empresa demonstrou uma notável capacidade de evolução, expandindo sua suíte Creative Cloud com novas ferramentas e recursos, e explorando novos mercados com produtos como o Adobe XD para design de experiência do usuário (UX).
Um fator estratégico para a dominância continuada da Adobe no mercado é sua estreita relação com instituições educacionais e profissionais, isso é muito claro, especialmente no Brasil.
Dificilmente você entrará em um laboratório de design e os computadores das faculdades não serão Mac com aquele pacotão lindo da Adobe. Isso seria caro pra caramba se as empresas que estão ali pagassem diretamente por isso, mas é claro que todo esse ecossistema tem uma lógica de funcionamento e interesses específicos.
A adoção de softwares Adobe em cursos de design, fotografia e multimídia cria um ciclo de feedback positivo, onde os alunos se tornam proficientes em suas ferramentas e continuam a usá-las em suas carreiras profissionais. Além disso, a vasta comunidade online em torno dos produtos Adobe oferece suporte extensivo, tutoriais e recursos que são inestimáveis para aprendizes e profissionais.
O futuro e suas tendências
Enquanto novos competidores como o Canva e Affinity desafiam o status quo, a resposta da Adobe a esta concorrência será determinante para seu futuro. A capacidade da empresa de inovar, adaptar-se às necessidades dos usuários e manter sua comunidade engajada será o divisor de águas dessa história toda.
O insucesso da fusão com o Figma “melou o esquema” da Adobe , mas essas movimentações dos gigantes apontam as direções desse mercado, são elas:
- Integrações de ferramentas
- Processos cada vez mais colaborativos
- Novas gerações de criativos
- Expansão de mercados além dos profissionais de design
- Assinaturas mais acessíveis
Reflexões finais
O império da Adobe sobre os softwares de design e criação está, sem dúvida, enfrentando desafios significativos. No entanto, a história da empresa é marcada por inovação e adaptação, o que nos leva a pensar que essa liderança de mercado tende a continuar por mais alguns anos.
Enquanto o mercado continua a evoluir, a capacidade da Adobe de manter sua posição como líder dependerá de sua resposta às mudanças nas demandas dos consumidores e ao dinamismo dos novos competidores. O futuro do design e da criação de conteúdo promete ser emocionante, com diversas ferramentas competindo para definir a próxima era da criatividade digital.