Muita coisa tem mudado no universo dos conteúdos de finanças, especialmente com o crescimento constante dos influenciadores do mercado financeiro, conhecidos como Finfluencers.
O número de investidores pessoa física vem crescendo nos últimos anos e atualmente são 5,3 milhões de investidores pessoa física na B3. Essa transformação foi impulsionada por diversos fatores, desde a maneira como as assessorias de investimentos se reinventaram, passando pela ampliação do portfólio de produtos dos bancos e corretores, e especialmente a expansão das informações através de novos canais de comunicação, como é o caso das redes sociais e dos influenciadores do mercado financeiro.
- O que são Finfluencers?
- O que é o relatório Finfluence?
- Insights do relatório de influenciadores ANBIMA
- Instituições fecham o cerco
O que são Finfluencers?
Finfluencers, ou influenciadores financeiros, são criadores de conteúdo digital que se especializam em temas relacionados a finanças, investimentos e economia. Eles utilizam plataformas de mídia social como YouTube, Instagram, Facebook e X (antigo Twitter) para compartilhar conhecimento, dicas, análises e conselhos sobre como gerenciar dinheiro, investir em ações, planejar aposentadoria, entre outros assuntos financeiros.
Os conteúdos produzidos pelos finfluencers podem variar amplamente, incluindo vídeos educativos, que abrangem tutoriais e explicações sobre conceitos financeiros básicos e avançados; análises de mercado, oferecendo comentários sobre tendências do mercado financeiro e análises de ações específicas; dicas de investimento, com sugestões sobre onde investir dinheiro e estratégias para maximizar retornos; e histórias pessoais, onde compartilham relatos de suas próprias experiências com investimentos e gestão financeira.
O que é o relatório Finfluence?
Com o objetivo de entender melhor essa dinâmica, a ANBIMA, em parceria com o IBPAD, publica o “Relatório FInFluence”. Em sua sexta edição, este estudo oferece uma análise detalhada sobre o impacto e a evolução dos finfluencers no Brasil.
O “Relatório FInFluence” é uma análise abrangente que monitora e avalia a atividade dos influenciadores de finanças nas redes sociais. Desde sua primeira edição, em junho de 2021, o estudo vem construindo uma valiosa série histórica, oferecendo insights sobre quem são os principais finfluencers, quais temas eles abordam e como o público interage com seus conteúdos.
Insights do relatório de influenciadores ANBIMA
- Crescimento e Engajamento dos Finfluencers: Desde o início do monitoramento em setembro de 2020, o número de finfluencers mais que dobrou, passando de 266 para 534. O número de seguidores aumentou em 181%, atingindo 208 milhões. Esse crescimento não apenas demonstra o interesse crescente dos brasileiros por finanças, mas também reflete o aumento da qualidade do conteúdo produzido, com interações médias por postagem crescendo 11,6%.
- Diversidade nas Tipologias de Finfluencers: Os finfluencers são categorizados em 13 tipologias diferentes, incluindo produtores de conteúdo, investidores independentes, assessorias/corretoras, analistas e traders. Cada categoria tem suas características específicas e preferências de plataforma. Por exemplo, o YouTube é a rede com maior engajamento, destacando-se pela sua capacidade de oferecer conteúdos mais elaborados e detalhados.
- Temas e Produtos Financeiros: Os temas mais abordados pelos finfluencers incluem o mercado de ações, FIIs (Fundos Imobiliários) e economia internacional. As menções a produtos financeiros quase dobraram em relação à edição anterior, com um destaque claro para a renda variável. Isso indica uma diversificação dos interesses dos investidores e uma maior busca por conteúdos educativos e análises aprofundadas.
Instituições fecham o cerco
Os finfluencers têm se mostrado uma força transformadora no mercado financeiro brasileiro. Eles não apenas educam o público sobre investimentos, mas também democratizam o acesso a informações que antes eram restritas a um grupo seleto.
No entanto, esse poder vem com grandes responsabilidades. A regulação das atividades dos finfluencers, ou pelo menos a definição de algumas diretrizes de atuação, vem sendo tratada por algumas instituições.
A CVM realizou uma audiência pública em 2023 para discutir a atuação desses influenciadores digitais de finanças e investimentos. Durante essa audiência, foram abordadas questões como a transparência nas parcerias comerciais, a necessidade de os finfluencers deixarem claro quando um conteúdo é patrocinado, e as responsabilidades dos influenciadores em fornecer informações precisas e éticas.
A ANBIMA também tem se empenhado em criar diretrizes claras para a atuação dos finfluencers, incluindo a necessidade de transparência nas parcerias comerciais e a obrigação de deixar claro quando uma postagem é patrocinada. Essa regulação é essencial para manter a confiança do público e assegurar que os influenciadores continuem a desempenhar um papel positivo na educação financeira.
Para os assessores de investimentos, essa transformação traz novos desafios e oportunidades. Eles precisam se adaptar a um ambiente onde o cliente está mais informado e exigente. Ao mesmo tempo, os assessores podem se beneficiar dessa nova realidade, colaborando com finfluencers para alcançar um público mais amplo e diversificado.